terça-feira, 15 de novembro de 2016

Intercâmbio - 5 Dicas Para Se Preparar





Dublin Castle - Irlanda
(Foto de Arquivo Pessoal)





Organizei uma lista com 5 ítens que eu considero o começo de um bom planejamento para o intercâmbio. Essas são informações para estudar inglês. Para graduação, o papo é outro e eu ainda não conheço. É apenas o meu ponto de vista, alguns o farão por outros caminhos ou talvez sem muito planejamento, o que é totalmente aceitável por essa ser uma experiência individual. Lembrando também que quando falo desses ítens, está baseado na minha experiência, intercâmbio de 1 ano na Irlanda, a linda ilha esmeralda. Algumas informações podem mudar se a viagem for mais curta, inclusive as viagens com prazo inferior a 3 meses.
Uma dica para quem já consegue se comunicar no idioma que pretende estudar, se sua opção é pagar uma escola no país destino, contrate uma escola diretamente. É totalmente dispensável fazer com uma agência. Pesquise e escolha entre as escolas que possuem os certificados necessários. E aí nesse caso vai precisar fazer tudo por conta própria, escola, passagem e hospedagem nas primeiras semanas. Talvez só a escola e passagem, porque por vezes a escola já organiza o esquema de hospedagem, geralmente para as primeiras semanas. Super tranquilo.
Algumas das minhas dicas foram aplicadas por mim na prática, outras eu cheguei á conclusão que deveria ter feito. 
Here we go!

1 – CLIMA

Acredito que o clima é a primeira coisa a ser levada em consideração, para depois daí, pensar nas próximas etapas. O clima do lugar talvez seja o ponto mais importante. Bem, antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que minha tolerância ou não ao frio estão ligadas aos lugares onde morei obviamente, nordeste e sudeste. Viver em um lugar, onde a temperatura fica em média 10º, já seria bem frio para mim.
Algumas pessoas simplesmente não se importam se tá frio ou calor, se tem praia ou não; mas para o outro grupo de pessoas, não pensar que tipo de vida você terá num país muito frio ou muito quente, pode gerar algum desconforto, embora eu também saiba que o corpo se adapta. Dublin, por exemplo, é um lugar que chove frequentemente, várias vezes ao dia. A Irlanda também é um país ventoso, alguns ventos em torno de 50km/h. E não necessariamente o tempo tem aquela cara de “vem chuva aí”, não. Ás vezes tá bem solzão. São em média 250 dias por ano chovendo, logo, se tornou muito importante eu considerar essa frequência quando estava decidindo morar lá, importante avaliar com cuidado o clima em um país, se a decisão é morar por mais de 3 meses, porque, como é o caso de Dublin, pode se tornar extremamente incômodo ter frio, chuva e vento, assim, tudo junto.
Tive maravilhosos momentos morando no frio, sempre quis passar por essa experiência, embora a Irlanda não seja tão fria comparada ao Canadá, por exemplo. Porém algumas vezes, eu senti muita saudade da praia e de cachoeira. Em fevereiro de 2016 quando estava saindo de casa as 7h, fui surpreendida com uma cidade coberta de neve, mas não é habitual ter neve na capital.
Aprendi a praticidade de não usar guarda-chuva e sim casacos impermeáveis com capuz. Aliás, não se vive sem esses casacos na Irlanda, eles são parte da sua vida. A rotina diária inclui sempre ter luvas, cachecol e toca na mochila. A minha impressão, é que os dias com sol eram os dias mais felizes da vida, o programa ao ar livre com temperatura acima de 15º tinha outra cara, outro sentimento, maravilhoso.

St. Stephen's Green
(Foto de Arquivo Pessoal)



2 – IDIOMA

O próximo passo é decidir que língua você quer aprender e que tipo de cultura você deseja absorver. Você vai precisar ter disciplina para estudar, vai falar o mesmo idioma todos os dias, então é importante fazer a escolha optando por uma língua que você goste, não tem jeito. São inúmeras situações, desde a simples leitura do rótulo de um produto no mercado, como puxar conversa com alguém e até resolver problemas de banco. Resolver questões suas em outro idioma, impõe certa pressão, consequentemente são fatores que te ajudam a caminhar para a fluência.
Os irlandeses são tipicamente simpáticos e amáveis, uma dica que recebi e tentei pôr em prática em alguns momentos, era tentar conversar com algum desconhecido todos os dias, logo, puxar conversa com um nativo era sempre muito fácil e agradável. Uma vez conversando com um irlandês na estação do metrô, questionei porque ele não tinha aquele sotaque típico dos irlandeses, e ele me respondeu que quando percebia que conversava com algum estrangeiro, ele costumava falar sem sotaque, de maneira mais clara para facilitar. Fofo ele.

 
Trinity College
(Foto de Arquivo Pessoal)



3 – ONDE MORAR

O assunto moradia é outro ponto muito importante. É necessário ter noção quanto você vai gastar por mês com moradia e se vai gastar, se você consegue dividir o quarto com 1, 4, ou 8 pessoas ou se prefere quarto individual, se vai morar no centro, em outros bairros ou fora da capital, e se consegue levar numa boa a convivência com desconhecidos, com outros estudantes na mesma casa. Digo isso, porque intercâmbio não é coisa só de adolescente que terminou o ensino médio. Existem pessoas mais maduras que também decidiram estudar, e fatalmente tinham estilos de vida mais independentes. Existem outras opções, como morar com uma família nativa, morar em hostel por troca de trabalho, ou até morar em outros lugares onde você vai prestar serviço. Eu passei por essa experiência, e acredito, essa é uma decisão individual, de acordo com as questões de privacidade e financeiras de cada um.
Em Dublin, procurar um lugar para alugar, por vezes, me pareceu uma verdadeira caça ao tesouro. Semelhante à procura por emprego lá, tremendamente trabalhoso. Existe um comércio informal em torno disso que, geralmente funciona em grupos de brasileiros na rede social. Algumas opções muito boas e outras bem precárias ou disputadas. Se você optar em pagar seu próprio aluguel, sugiro, se possível for, que você tenha uma grana guardada para o tempo do seu visto ou pelo tempo que você pretende ficar, lembrando que pode haver oscilações para mais, como valores para depósito, por exemplo, cada vez que você precisar mudar. Geralmente em Dublin dependendo da localização e do conforto, o preço de um quarto ou vaga pode variar entre 300 a 700 euros mais contas. Outra ótima opção é, se você não vai viajar sozinho, com mais 1 ou 3 pessoas por exemplo, é possível que você consiga alugar um apartamento com uma imobiliária local, eu imagino ser a opção mais confortável já que você estará com pessoas conhecidas. É possível alugar formalmente um apartamento se você estiver em duas pessoas, porém morar em Dublin não é nada barato, então às vezes compensa você alugar um "quarto individual para casal" ou um flat do que pagar rios de dinheiro por um apartamento inteiro, totalmente desnecessário este gasto inicialmente. Se você tiver a oportunidade de tirar a preocupação “aluguel” do seu intercâmbio, faça.


Lucan
(Foto de Arquivo Pessoal)



4 - COMO VAI SE SUSTENTAR

Tão importante quanto o aluguel, é saber como você vai se sustentar durante este tempo. Partindo do princípio que não haverá um patrocínio no Brasil, alguém que te enviará dinheiro, você vai precisar trabalhar para viver. E ter um plano B, C e D caso não consiga emprego. Quando falo emprego, na Irlanda o estudante pode trabalhar um determinado números de horas por semana legalmente. Outros países, outras leis.  
Primeiro ponto, estude. Se você ainda não consegue se comunicar no idioma local, é mais difícil conseguir um emprego ou um bom emprego. Não é impossível, mas por via das dúvidas se dedique totalmente a aprender o idioma. Se você já consegue se comunicar, já pode tentar conseguir um emprego e esteja preparado para lavar muitos pratos. Os subempregos são bem cansativos, porém é o que tem para maioria. Mantenha o foco, seu objetivo é aprender o idioma e trabalhar vai te ajudar. E não esqueça de encarar isso como uma ótima oportunidade de aprender mais com a vida. “Ao fazer um trabalho que não imaginava, você aprende a respeitar todo tipo de profissional. Sua sensibilidade também aumenta, você aprende a se colocar no lugar dos outros e a ser mais educado.” ** Bem, eu poderia listar muitas vantagens sobre o subemprego, mas fica para um próximo post.
Existe também a possibilidade de, se você estiver na Europa, possuir passaporte vermelho (EU) e com inglês fluente conseguir um emprego formal depois de um tempo.
Na falta de emprego, se precisa de dinheiro, pense em algo que você seja bom no Brasil, e consiga uma renda informalmente, como cabeleireiro, fotografia, música, vendendo comida, fazendo drinks... algo que realmente vá gerar alguma renda. Acho importante você ter prioridades, como estar na Europa e querer viajar para vários países, mas vai precisar economizar religiosamente em outras coisas.
E por último, algo que considero importante, antes de viajar, crie uma maneira de receber dinheiro da sua família caso seja necessário. Muitas coisas podem acontecer com o dinheiro que você carrega. Tenha uma segunda opção, uma maneira de receber dinheiro numa emergência. 

Dublin
(Foto de Arquivo Pessoal)




5 - TENHA VONTADE DE APRENDER

Esteja receptivo ao novo, e não falo só do idioma o qual você decidiu aprender. Eu falo de se entregar a cultura e as pessoas.  Aprender sobre tudo. Ás vezes nós ficamos muito apegados a quem somos, apegados ao “gosto” e “não gosto”, que se misturar com outros gostos pode parecer uma perda de identidade, this is bullshit! Primeiro que eu acredito que, a necessidade de ter uma identidade, precisa por vezes ser avaliada; segundo, é o seu momento, não vai estragar isso apegado a conceitos ou crises de identidade. Conheça a comida, a música, as leis, os lugares, as pessoas... aproveite a oportunidade e se envolva com tudo que estiver ao seu redor, você só tem a ganhar. 
Good travel!


Trinity College
(Foto de Arquivo Pessoal)













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** http://www.nosnagringa.com.br/como-um-subemprego-no-exterior-vai-melhorar-sua-vida-de-6-jeitos-diferentes/

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